São 35 anos a ferro e forro. Há 8 anos esse é o som que se escuta aqui nessa rua projetada no Conjunto Chicó Vieira, em Conceição. Esse trabalho que faz Manoel Alves Neto suar, durante todo esse tempo, faz também outros dois irmãos dele, que também trabalham no mesmo serviço, uma profissão herdada do seu pai, Vim-Vim.
Por detrás desse calor escaldante existe uma história muito linda, que começou ainda com seu pai, o Vim-Vim, ferreiro que também dedicou toda uma vida ao ferro e ao fogo, uma profissão que o fez criar toda a sua família e deixou nos filhos a herança de um trabalho digno e que faz a renda para o sustento da família de cada um deles.
O principal produto da fábrica é a foice. Desde o início a família trabalha com o forno elétrico, onde os ferros são esquentados até estrarem no ponto de da moldura nas ferramentas de trabalho. Para fazer uma foice, por exemplo, o ferreiro precisa em média de 40 minutos. Já para fazer um conserto, ele só precisa de 20 minutos. Cada foice, por exemplo, passa por cerca de 15 etapas antes de ficar pronta para venda. Mas, depois de pronta, a clientela só volta caso precise comprar outra ou até mesmo quando a ferramenta se desgasta com uso e precisa passar por conserto para uma nova etapa de trabalho.
Em média, o ferreiro ‘Mané de Vim-Vim’, como é carinhosamente conhecido, obtém uma renda de aproximadamente R$ 1.500 reais com o trabalho suado e quente. Não é muito, mas é o bastante para ele alimentar a sua esposa e seus dois filhos.