Acumular funções é algo comum para Aparecida Mélo, de 64 anos, que é jornalista, funcionária pública, dona de casa e mãe de três filhos. Ela nasceu em Santa Teresinha, no Sertão da Paraíba. Mesmo com o tempo curto, não sossegou até realizar o sonho de se formar em Teatro, curso concluído na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), no campus de João Pessoa, em outubro deste ano.
“Teatro não é a minha primeira graduação. Quando fiz vestibular pela primeira vez, não existia o curso, o mais afim era o de educação artística. Por não ser compatível com o que eu queria, escolhi jornalismo. Também tenho graduação em relações públicas”, contou.
Aparecida sempre gostou de teatro. Desde criança cantava e se apresentava em espetáculos na igreja e na escola. Quando se tornou adulta, ela seguiu adaptando o gosto pela representação ao trabalho. Ficar totalmente distante das artes nunca foi uma opção para ela. Atualmente a funcionária pública faz trabalhos manuais e voluntários na área.
A inspiração de Aparecida surgiu da música. Enquanto ouvia sucessos de artistas como Luiz Gonzaga, ela se imagina nas letras das canções, criava e recriava cenários. A memória afetiva do universo musical também foi o tema do trabalho de conclusão de curso (TCC) dela, que recebeu nota dez.
“Organizo o meu tempo conciliando família, trabalho e lazer. Estou muito feliz pelo bacharelado em Teatro. É muito prazeroso fazer o que gostamos. No próximo semestre, estarei concluindo pós-graduação em arte-educação. Acredito e gosto do que faço”, reforçou.
Aparecida faz planos para continuar estudando no futuro
A idade também não representou desafios para Aparecida. Para ela, o teatro é rejuvenescedor. “É preciso seguir em frente, não deixando e nem permitindo que julgamento de ninguém destrua nossos sonhos. É necessário lutar com dignidade, ser fiel ao nosso coração sem medo de ser feliz. Esse é o primeiro passo. Somente nós mesmos podemos realizar nossos próprios desejos”, declarou.
Os planos para o futuro são de muito estudo. Aparecida quer dar continuidade ao que faz no teatro, cinema e literatura. “Tenho 272 poemas. Quero fechar um bloco de 300 e participar ativamente de pesquisas culturais, acadêmicas e de figurino teatral. Também estou com dois projetos em fase de estruturação para deslanchar no ano que vem”, concluiu.