Jeyza Gary deu mais um passo para a quebra de padrões no mundo da moda. Ela, que nasceu com Ictiose Lamelar, que a faz trocar de pele a cada duas semanas, virou modelo nos Estados Unidos.
Em entrevista ao site Refinery 29, a jovem contou que só percebeu que tinha a doença quando já era mais velha, devido a proteção de sua família. "Quando saíamos, as pessoas olhavam e minha mãe ficava incomodada com a situação. Então, falava para quem estava olhando: ‘Não é educado olhar. Sinta-se à vontade para perguntar, mas não olhe’. Algumas vezes, ela também dizia isso aos pais das crianças, pois elas fazem apenas o que aprendem com eles".
Quando entrou no Ensino Médio, encontrou dificuldades para se enturmar por causa do bullying que sofria e passou a usar muita maquiagem para esconder as marcas. "Um dia dei um basta. Minha pele já é arte suficiente. Tem momentos em que minha pele é super brilhante, alaranja ou marrom clara".
"Quero ser a melhor modelo. Quero que todo mundo que me deixou para baixo me veja. Nunca houve uma pessoa que eu pudesse idolatrar na infância. Foi minha família que me mostrou que eu sou boa suficente e que não há nada de errado comigo. Quero fazer o mesmo para pessoas que não se enxergam em outras", finalizou.
Ainda na reportagem, Jeyza relembrou como foi seu primeiro dia de aula, em que sua mãe entrou com ela na escola para explicar aos professores e alunos sobre o distúrbio de pele. "Quantos de vocês já viram um lagarto ou uma cobra? A pele dela é assim. A cada 10 ou 12 dias, é trocada. Não é contagioso, ela é como todo mundo".