A asmai é uma das doenças respiratórias com maior prevalência no Brasil, atingindo 10% da população e mais de 300 milhões de pessoas no mundoii. É uma doença crônica e inflamatória, de causa alérgica, que leva à falta de ar, fadiga e à sensação de chiado no peito.
As pessoas que sofrem com asma sabem que é preciso estar sempre em alerta para os riscos de crises. Entretanto, quando tratada adequadamente, a asma pode ter seus sintomas controlados – o que confere melhor qualidade de vida e nenhum impacto na rotina do paciente.
De acordo com a GINA (Global Initiative for Asthma)iii, é preciso procurar um especialista quando o paciente apresentar qualquer limitação de atividade por conta da doença, tiver despertares noturnos e/ou usar o medicamento de resgate mais de duas vezes por semana nas últimas quatro semanas.
A maior parte dos brasileiros conhece alguém que tem a doença ou já ouviu falar nela, mas é justamente por ser uma doença comum que se criaram, ao longo do tempo, alguns mitos sobre a asma. Essas informações, muitas vezes contraditórias, levam pacientes e familiares a se sentirem inseguros em relação às causas e aos sintomas da doençaiv e, por isso, é muito importante esclarecer os equívocos mais corriqueiros da população.
Veja abaixo algumas das dúvidas mais frequentes da população:
1) Asma tem cura
Mito. A asma é uma doença crônica e, como tal, não tem cura, mas pode ter seus sintomas controlados. O Dr. José Roberto Megda Filho, Pneumologista da Residência de Clínica Médica do Hospital Universitário de Taubaté, explica que, "alguns pacientes, seja por conta do tratamento, por não entrarem em contato com elementos que desencadeiam os sintomas, ou até mesmo, por perceberem muito pouco os seus sintomas, podem passar meses ou anos sem apresentar crises de falta de ar e, por isso, acreditam ter sido curados". No entanto, estas pessoas continuam a ter asma e, se não fizerem o tratamento adequado, podem sentir limitações no seu dia a dia e até voltar a ter crises.
2) Só devo acionar meu médico em caso de crise
Mito. Por ser uma doença crônica, o tratamento da asma deve ser feito de forma contínua. "Interromper as crises, que são apenas uma manifestação pontual da doença, não é suficiente. O paciente que sabe que tem asma deve agendar consultas regulares com um pneumologista para a definição do melhor tratamento de longa duração e seguir com um acompanhamento periódico. Com o tratamento contínuo da asma, o paciente vive mais e com melhor qualidade de vida", afirma o Dr. Megda.
3) Pessoas com asma não podem praticar exercícios físicos
Mito. "Os exercícios podem ser fortes aliados do tratamento, mas é muito importante que os pacientes sigam orientações médicas para a realização de atividades físicas de maior intensidade. Se quiserem, não só podem praticar exercícios como podem vir a se tornar atletas, se quiserem", completa Dr. José Megda.
4) Asma e bronquite são doenças diferentes
Verdade. Enquanto a asma é uma doença crônica, de causa genética e alérgica, geralmente diagnosticada ainda na infância, a bronquite pode se manifestar de duas formas: aguda (geralmente provocada por um vírus e acompanhada de um quadro gripal, com duração de, em média, duas semanas) ou crônica (uma inflamação sem cura provocada, na maior parte dos casos, pelo fumo). De acordo com o Dr. Megda, "um dos nomes para a asma é ‘asma brônquica’, o que leva algumas pessoas a confundirem a doença com a bronquite, que, ao entender dos pacientes, é uma doença mais inofensiva. Por isso, as diferenças entre as duas devem ser levadas em conta para garantir o melhor tratamento para o paciente".
5) A asma pode ser perigosa
Verdade. Quando o paciente não recebe o tratamento adequado para a doença, as crises de falta de ar podem impor sérias limitações a sua rotina e, em casos extremos, levar até a casos de morte. De acordo com dados do DATASUS (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil), três pessoas com idade entre 5 e 64 anos morrem a cada dia por asma no Brasilv.