O brasileiro Daniel Dias ficou longe de sua melhor marca pessoal nos 200m livre S5 nos Jogos Parapan-Americanos de Lima (PER), nesta sexta-feira, mas sobrou na piscina do Centro Aquático de Videna pela sexta vez e faturou o seu 33º ouro na história do evento continental, no qual nunca perdeu uma disputa. E se emocionou muito após o feito.
Na despedida na capital peruana, ele completou a distância com o tempo de 2m43s34, à frente do mexicano Gustavo Martínez, que levou a prata, com 3m01s66, e do colombiano Miguel Rincon, que ficou com o bronze (3m03s76).
– É que lembro de tudo o que passei para chegar até aqui. Todas as lembranças vêm. Às vezes, existe a noção de que o Parapan é uma competição mais tranquila, mas tem seu peso e sua glória. A lágrima é por isso. Espero que demore para alguém alcançar esse número (risos). E que não seja de ouro. Lembro de 2007 até hoje. O quanto amadureci como atleta. Agradeço a Deus por esse dom. É a hora de deixar a emoção sair – disse Daniel.
O recorde pessoal de Dias nos 200m é de 2m26s51, cravado em 2010. Mas esta não é uma prova que ele priorizou nos últimos ciclos. Nadou para aumentar a conta do Brasil no quadro de medalhas e fazer ajustes para os 100m livre.
– Faz tempo que não treino para esta prova. Mas aqui decidi nadar e foi bom, porque não acertei a passagem dos primeiros 50m na prova dos 100m livre. Então, eu quis fazer isso agora e consegui. Gostei do que fiz e depois, foi segurar para manter a liderança – explicou o nadador.
Em Lima, o astro já havia chegado ao topo do pódio nos 50m livre, 100m livre, 50m costas e revezamento 4x100m medley 34 pontos.
O próximo desafio de Daniel é o Mundial de natação paralímpica, em Londres (ING), entre os dias 9 e 15 de setembro. O evento servirá de parâmetro para Tóquio-2020, uma vez que o atleta enfrentará os rivais que eram da classe acima, que reunia nadadores com menor grau de deficiência.
Com o novo sistema de classificação do Comitê Paralímpico Internacional (IPC), o chinês Lichao Wang, e os italianos Antonio Fantin e Francesco Bocciardo tiraram recordes mundiais do paulista. Em provas que constam no programa dos Jogos Paralímpicos, Daniel perdeu cinco marcas.*
O repórter viaja a convite do Comitê Paralímpico Brasileiro.