Única mulher da equipe brasileira de tiro esportivo nos Jogos Parapan-Americanos de Lima, Débora Campos é avó há dois meses. O nascimento de Lucca marca nova fase na vida da atleta, que passou por duas cirurgias no ombro nos últimos 18 meses. “Tive rompimento parcial do tendão direito e lesão no manguito rotador do tendão esquerdo. Hoje ainda estou em recuperação, principalmente no lado esquerdo”.
A cirurgia que levou Débora ao paradesporto, porém, foi realizada em 1987. Ainda adolescente, ela foi atropelada em frente à escola onde estudava. Dez meses depois, vítima de uma infecção, teve a perna direita amputada. “Eu era uma adolescente e tive que, de um momento para o outro, trocar os sonhos de menina pela realidade de uma nova vida”.
O primeiro contato com o tiro veio por acaso. “Meu pai trouxe uma espingarda de chumbinho emprestada de um amigo. Eu não saía de casa e ele queria me distrair. E conseguiu. Eu destruí todas as plantas da minha mãe. Me lembro que em um final de semana meu irmão foi lá e nós fizemos até um duelo”, lembra Débora.
Competição oficial
Em 2000, Débora passou por uma cirurgia bariátrica. Só nove anos depois, veio a primeira competição oficial no tiro. Com duas semanas de treinos, foi campeã brasileira. A alegria no esporte, porém, foi afetada por um baque. Seis meses depois do título, ela ficou viúva. “O meu segundo marido e o meu maior incentivador faleceu. E pensei em desistir. Foram os meus técnicos que me mantiveram no esporte.”
No fim de 2010, durante o Campeonato Brasileiro, muitas lembranças e lágrimas. “Foi muito difícil. Quase larguei tudo no meio da prova. Mas, parei, respirei e continuei. É dia a dia. Não tem jeito. Acabei saindo com o vice-campeonato”. Um ano depois, Débora passou a integrar a seleção brasileira.
Terceiro casamento
“As primeiras competições, eu fiz com prótese e competindo de pé. Mas, no início de 2011, tive uma queda e fraturei o fêmur do lado amputado. Foram dois anos para me recuperar. Nesse longo período muitas coisas tinham mudado e acabei seguindo nas competições sempre na cadeira de rodas”.
No meio desse processo de recuperação, Débora conheceu o atual marido, o técnico de futebol Alexandre Romão, um grande incentivador. Com o apoio dele, ela chegou aos Jogos Paralímpicos do Rio, em 2016. “Foi uma experiência de contrastes. É o sonho de qualquer atleta estar lá. Mas, eu queria muito estar na final. Até a metade da prova, estava em quinto lugar. Mas, me desconcentrei em dois tiros e perdi a vaga”, conta a atleta, que terminou em décimo-terceiro.
O desempenho e as lesões no ombro fizeram com que pensasse novamente em desistir. Mas Débora mudou de ideia – e de casa. Morou nos Estados Unidos, onde manteve a rotina de treinos. Voltou a competir, passou pelas cirurgias nos ombros e chegou ao Parapan de Lima, onde disputa a prova de 25 metros na pistola de ar comprimido nas classes P2 e P3. “Estou muito feliz. É uma nova fase da minha vida e eu quero curtir cada momento”.
Única mulher da equipe brasileira de tiro esportivo nos Jogos Parapan-Americanos de Lima, Débora Campos é avó há dois meses. O nascimento de Lucca marca nova fase na vida da atleta, que passou por duas cirurgias no ombro nos últimos 18 meses. “Tive rompimento parcial do tendão direito e lesão no manguito rotador do tendão esquerdo. Hoje ainda estou em recuperação, principalmente no lado esquerdo”.
A cirurgia que levou Débora ao paradesporto, porém, foi realizada em 1987. Ainda adolescente, ela foi atropelada em frente à escola onde estudava. Dez meses depois, vítima de uma infecção, teve a perna direita amputada. “Eu era uma adolescente e tive que, de um momento para o outro, trocar os sonhos de menina pela realidade de uma nova vida”.
O primeiro contato com o tiro veio por acaso. “Meu pai trouxe uma espingarda de chumbinho emprestada de um amigo. Eu não saía de casa e ele queria me distrair. E conseguiu. Eu destruí todas as plantas da minha mãe. Me lembro que em um final de semana meu irmão foi lá e nós fizemos até um duelo”, lembra Débora.