“O governador da Paraíba até hoje eu só ouvi falar que ele é um homem de bem. Mas, as vezes, não consigo ver João. Cadê, João?”. O elogio, acompanhado de uma crítica ao governador João Azevêdo (PSB), é do deputado federal Julian Lemos, vice-presidente nacional do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro.
Em entrevista ao Frente a Frente, da TV Arapuan, nesta segunda-feira (12), o ‘deputado federal de Bolsonaro’ – era assim que se intitulava durante a campanha de 2018 – considerou João Azevêdo um político moderado, entretanto, um governante com uma sombra.
“Vejo um bafo de ex-mulher ou de um ex-marido, uma sombra, que é do ex-governador”, acusou Lemos, quando defendia o presidente das polêmicas declarações contra o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), e ao próprio Azevêdo.
“O governador do Maranhão [Flávio Dino] é um canalha”, disparou. “O governador da Paraíba até hoje eu só ouvi falar que ele é um homem de bem. Mas, as vezes, não consigo ver João. Cadê, João? Não consigo ver”, continuou.
Para Julian, o governador paraibano vive entre a cruz e a espada. “João é moderado, mas está entre a cruz e a espada. Se ele mudar para qualquer tipo de discurso, para um discurso liberal, um discurso mais progressista, o ex-governador diz ‘epa!’”, disse.
Julian Lemos criticou a declaração de João Azevêdo, dada na manhã desta segunda-feira (12), acusando Bolsonaro de bloquear recursos na ordem de 130 milhões para obras na barragem e no Porto de Cabedelo.
“Isso não faz da personalidade de João. Como ele sabe que o presidente bloqueou? É como se fosse ‘vai, João, ataca aí’, não faz sentido nenhum. O presidente jamais faria isso. Pelo contrário, liberou um empréstimo de 50 milhões de dólares para cá. O que João está fazendo com uma declaração dessa é uma futrica política”.
Críticas a Bolsonaro
O paraibano também criticou o presidente Jair Bolsonaro pelas declarações polêmicas. Apesar de vê naturalidade no aliado, Lemos cobrou postura de Bolsonaro para o cargo que hoje ocupa.
“Acho que o presidente tem aquele jeito de falar. É um jeito dele. Não é estratégia. Mas tem algumas declarações que poderiam ser evitadas. Você precisa se adequar a uma vida pública. Você não pode dar uma declaração sem pensar em algumas pessoas que podem sofrer com aquilo ali. Você representa hoje um poder”, pontuou.