A Justiça manteve, nesta terça (23), em audiência de custódia a prisão do casal Maria Aparecida Silva Sousa, de 26 anos, e o atual marido dela, Edilson Cosme de Albuquerque, de 25 anos, suspeitos de torturar e espancar o filho de Maria Aparecida, uma criança de sete anos. Com a decisão, o casal foi encaminhado a unidades prisionais de Campina Grande.
Em entrevista ao Portal Correio, o delegado que investiga o crime, Iasley Almeida, afirmou que a investigação foi concluída e aponta a culpabilidade dos suspeitos. O casal foi preso preventivamente nessa quinta-feira (18) pela Polícia Civil, investiga o casal desde a última sexta-feira (11), após denúncias da tia da criança, de profissionais da escola dela e do conselho tutelar do município. As investigações iniciais apontavam para tentativa de homicídio qualificado pela tortura contra a criança, por parte da mãe.
Quando a criança foi encontrada, estava com várias marcas de agressões pelo corpo e num estado de desnutrição total. A suspeita é que ela tenha passado quase 40 dias sendo vítima de acorrentamento e de maus-tratos. O menino teve que ser encaminhado para o Hospital de Trauma de Campina Grande, onde permanece internado desde a quinta-feira (10).
Conforme a assessoria da unidade hospitalar, o estado de saúde do garoto é estável. Ele passou por cirurgia de reconstrução do couro cabeludo nessa segunda-feira (22), no Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande. Conforme boletim médico, foi utilizado enxerto de pele no procedimento e a criança está em recuperação de pós-operatório. Ainda não há previsão de alta hospitalar.
Casal nega crime
A polícia conseguiu localizar o casal na residência de um tio do suspeito, em Boqueirão, mas conforme o delegado, nenhum dos dois teria esboçado reação, assim como alegaram não ter cometido nenhum crime contra a criança. “No interrogatório dos dois eles negam, só informam que o que aconteceu foi decorrente de uma queda no quintal, mas o garoto disse que a mãe e o padrasto o teriam mandado dizer a mesma coisa,” disse.
O mandado de prisão, segundo o delegado, é em decorrência de tentativa de homicídio triplamente qualificado, sendo por motivo fútil, pela impossibilidade de defesa da vítima e principalmente por tortura. “Agora estamos comunicando as prisões em cumprimento aos mandados. Eles serão encaminhados para a Carceragem da Central de Polícia Civil de Campina Grande, mas já estamos finalizando ainda hoje o inquérito policial indiciando o casal,” finalizou.
Histórico de violência
De acordo com apuração da TV Correio, o menino já tinha sido afastado do convívio com a mãe, devido a denúncias de agressões. Ele é órfão de pai e passou um tempo morando com uma das avós, mas teria voltado para a casa da mãe. A suspeita atualmente vive com um agente de saúde municipal e, com ele, tem outro filho, de 1 ano e seis meses. Não há indícios de que o caçula também tenha sofrido maus-tratos.