Um acessório cada vez mais comum entre os adolescentes pode se tornar um vilão se não for utilizado com cautela. O uso diário de fones de ouvido em alto volume compromete, aos poucos, a audição e há o risco de levar à surdez precoce em adolescentes, público que usado com maior frequência.
O alerta é feito durante o Novembro Laranja, quando acontece a Campanha Nacional de Alerta ao Zumbido, mas tem validade permanente. O ideal é manter o volume em 50%. Há seis anos, o jornalista Felipe Lima, 22, passou a utilizar o fone de ouvido para tudo, desde ouvir música, a acompanhar filmes, séries e até no trabalho.
São pelo menos oito horas de exposição diárias, desde os 16 anos. O volume, normalmente, fica em torno de 70%, mas ele garante que tem tentado manter num nível que permita ouvir as pessoas ao redor. “Não ouço zumbidos, mas tenho medo de me prejudicar e vou começar a moderar”, prometeu.
A fonoaudióloga Marine Raquel Diniz da Rosa, que coordena o grupo de pesquisa sobre Audição e Zumbido, do Centro de Ciências Sociais (CCS), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), observou que o fone de ouvido não é proibido. Porém, é preciso ficar atento a alguns detalhes como o nível de volume e tempo a que o ouvido é exposto ao barulho.
Embora ainda não tenha percebido as consequências do excesso, pelo uso frequente, Felipe é um sério candidato a ter problemas, segundo ela. “O zumbido é um sintoma de que algo não está funcionando bem. Geralmente, indica que progredindo. Por outro lado, tem a questão degenerativa do envelhecimento, assim como ocorre com o cabelo branco, principalmente nas frequências mais agudas, conforme a médica.
“Depende de cada um também, mas a gente tem visto que algumas pessoas têm se preocupado, utilizando fones em bebês, por exemplo”, observou fonoaudióloga Marine Raquel Diniz da Rosa.