O jovem de 16 anos, que sobreviveu ao atentado à bala que tirou a vida do seu irmão, na manhã dessa sexta-feira, 12, em uma via rural de Piancó, prestou depoimento ao delegado Rodrigo Pinheiro, que apura o caso, e reconheceu o autor dos tiros como sendo Mateus Abílio, um rapaz de 20 anos também morador da zona rural piancoense.
Preso por policiais militares horas após o delito, Mateus foi conduzido à delegacia e terminou autuando em flagrante por homicídio e tentativa de homicídio, mas nega o crime: diz que não nenhum envolvimento com o caso. Ele, que está recolhido à cadeia de Piancó, foi submetido a um exame de residuográfico em Patos e o objetivo é saber que o acusado disparou alguma arma de fogo horas antes do delito, mas o resultado só será conhecido em 30 dias.
O que mais pesou para a prisão do rapaz foi o depoimento da vítima. O adolescente narrou à polícia que, após os tiros contra a cabine do carro (foto) que mataram seu irmão e o deixaram ferido, teria visto Mateus correndo dento da mata às margens da estrada. Os dois irmãos, que residem com os pais na comunidade Peixoto, trafegavam em uma caminhonete em direção à área urbana de Piancó, onde a família comercializa o leite produzido na fazenda. Trajeto que passaram a fazer constantemente depois que o pai, conhecido como Paim Cordeiro, sofreu um atentado à bala no mesmo local há menos de um mês, mas sobreviveu sem ferimento.
O adolescente contou que o acusado do crime estava a pé e supostamente de tocaia. Em um trecho precário da estrada, ocorreram os disparos dirigidos contra o motorista do veículo, Jocélio Soares de Sousa, de 23 anos, que foi atingido mortamente e perdeu o controle do volante, mas, como o carro estava em baixa velocidade, não tombou. Mesmo ferido, embora sem gravidade, o caçula assumiu a direção do veículo e conseguiu chegar até um posto de combustível, na entrada da cidade, onde foi socorrido.
Apesar da autuação em flagrante de Mateus, como autor dos disparos, o caso não está encerrado, exatamente por que a polícia ainda aguarda laudos da perícia, da necrológica e do residuograma de pólvora. O delegado pretende esclarecer todas as circunstâncias do crime e, principalmente, saber se o autor dos disparos agiu a mando de alguém, mas tudo indica que o alvo do criminoso era o pai dos jovens.