A reunião do governador João Azevêdo (PSB) com a bancada federal da Paraíba na próxima terça-feira (9) é aguardada com expectativa pelos parlamentares que ainda não estão convencidos totalmente de votar a favor da reforma da Previdência.
É o caso, por exemplo, do deputado Wilson Santiago (PTB). Para ele, a exposição que fará João Azevêdo no encontro será levada em consideração. Resistente à reforma no início, o chefe do Executivo estadual agora corre contra o tempo para emplacar a Paraíba no texto que deve ser aprovado no Plenário da Câmara nesta semana.
“O governador está apreensivo com isso”, disse Santiago.
Apesar do relator da reforma na comissão especial da Câmara, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), não incluir servidores estaduais e municipais em seu parecer, os estados e municípios ainda poderão ser incluídos, através do DVS – destaque para votação em separado – em Plenário.
“Será levado em conta o apelo do governador, em decorrência da grave crise que os estados estão passando, na Paraíba não é diferente, outros são piores, mas se a Paraíba não tiver um certo controle fiscal corre o risco de adentrar na situação que se encontra os demais. O estado está equilibrado financeiramente, mas isso na projeção deste ano, ninguém sabe como ficará sem estar na reforma da Previdência”, afirmou o petebista.
Em 2017, o déficit previdenciário da Paraíba era de R$ 131,7 milhões, subindo para R$ 1,1 bilhão no ano passado. Já para este ano, a projeção é de R$ 2,8 bilhões, podendo chegar a R$ 10 bilhões em 2023. Apesar da preocupação, o governador João Azevêdo tem esbarrado na resistência política do PSB, especialmente na Paraíba. O ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) e deputados estaduais do partido são radicalmente contra a reforma. E é para evitar discursos inflamados contra parte da bancada federal do estado, que parlamentares cobram um posicionamento mais concreto de João Azevêdo a favor da reforma da Previdência.
“A necessidade do governador se posicionar [a favor] é muito grande, até porque convence alguns pelo real argumento mostrando os números fiscais e econômica da Paraíba. A reforma sem os estados tem um peso bem menor para opinião pública. O governo federal em um estado como a paraíba representa em torno de 20% do número de pessoas que serão atingidas. Os demais estão isentos praticamente. O trabalhador rural, o BPC também foi retirado, o que existe são pequenos pontos aos menores do que se trata a reforma. A reforma atinge mais o funcionalismo público mais graduado, essa é a grande verdade”, concluiu Santiago.
Outro parlamentar ouvido pela reportagem do MaisPB, também manifestou a preocupação do governador João Azevêdo de não conseguir incluir a Paraíba na nova Previdência. Para este, Azevêdo não gostaria de enfrentar algumas “resistências” na Assembleia Legislativa.
Voto decidido
O deputado Gervásio Maia (PSB) disse que seu voto contra a reforma da Previdência está decidido. O parlamentar afirmou que entende a preocupação dos governadores, mas não irá colocar digitais em um texto que retira, segundo ele, direitos dos trabalhadores.