No que depender de Expedita Roseno da Silva, carinhosamente conhecida como “Totinha”, o ‘desfile das virgens’ do carnaval de Conceição não vai acabar. Na passarela poucas virgens, aliás, pouquíssimas virgens mesmo. Olhando de um lado para o outro, a simbologia do desfile das virgens parece dar sinais de decadência total. Mas, uma estrela solitária, Totinha dá a verdadeira demonstração de que a alegria continua viva dentro dela, mesmo depois do luto, em virtude da morte do último Rei: Francisco Chagas, falecido na véspera do carnaval.
Há oito dias a Rainha Totinha voltou a ficar viúva com a morte do carnavalesco, Francisco Chagas, o rei que substituiu Severino Saturnino da Silva, mais conhecido como Baúna, uma das figuras mais folclóricas dos Carnavais da cidade de Conceição, que também morreu no dia 18 de junho do ano de 2013, deixando um reinado bem coroado de gente ordeira, gente humilde, gente boa. Um reinado sem bens materiais, sem ouro, sem prata, mas com muita alegria e felicidade, sobretudo nos carnavais.
O ‘Mamãe Louca’ é o bloco mais tradicional da cidade de Conceição. O bloco é formado somente por pessoas simples, uma espécie de ‘sobra’. Entretanto, para eles que usam como bebida, na sua grande maioria, a pinga mesmo, a cachaça e o limão, levam para a avenida a verdadeira simbologia do carnaval, entregando-se à magia, ao enredo, à alegria de pular, de sorrir, de sambar, sem compromisso de ser o melhor ou o pior bloco. O que importa é que o carnaval chegou.
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E neste carnaval de 2019, Totinha teve motivo de sobra pra comemorar. Finalmente ela desceu na avenida com a dignidade que sempre buscou, com o luxo da escola de Samba paulista Vai-Vai, conseguida através do conceiçãoense Gilmar Gomes, que é ‘fã de carteirinha’ da carnavalesca e mora em São Paulo, onde goza da boa amizade com Zezé da Vai-Vai, que doou para Totinha uma linda fantasia da escola de samba paulista. Finalmente rainha Totinha, literalmente.
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